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Mensagem por No Angel Ter Jul 04, 2017 1:56 am

Eu tinha noventa e nove por cento de certeza de que muitas pessoas no mundo, se pudessem assistir aquela cena, naquele exato momento, estariam apontando os dedos em julgamento do quão estúpida eu estava sendo – alguns provavelmente fechariam os olhos para não presenciar a tragédia obvia, mas aqueles que estavam ali, infelizmente postos como telespectadores ao vivo, encontravam-se com os olhos arregalados e olhares petrificados, suas bocas se moviam em protestos gritados cheios de desespero mas nenhum som chegava aos meus ouvidos senão as batidas fortes do meu próprio coração e o som da minha própria voz, sussurrada em um último suspiro, tão fraca mas ao mesmo tempo cheia de firmeza.

Eu amo você. –  

Três palavras. Nove letras.

O último som antes do familiar eco do disparo de uma arma soar dominantemente, calando a todos, atraindo a todos os olhares para mim [...]

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"B, conta a historia de como você virou um anjo mais uma vez?" Um tom de voz afeminado e infantil pediu, quebrando o silêncio reinante naquela noite no chalé de Afrodite – que acolhia alguns semideuses já adormecidos, exaustos após um longo dia de atividades no acampamento, o que não era o caso daqueles recém-chegados. Quatro cabecinhas de crianças com seus onze ou doze anos mostravam-se fora dos cobertores, olhando-me com um brilho curioso nos olhos arregalados e bonitos. A novidade em que eu havia sido selecionada pelo Deus Éter para unir-me ao seus seguidores celestiais deveria ser um segredo absoluto, eu queria que fosse, mas justamente por isso já era do conhecimento de todo o chalé. [...](De alguma forma, uma das minhas meia-irmãs havia ouvido o rumor de alguém, então contou para mais alguém e esse alguém decidiu que era obrigatório que eu dividisse as boas novas para todo o chalé, contando detalhe por detalhe do momento em que eu fui)
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Mensagem por Sorry Ter Jul 04, 2017 3:46 pm

Eu gostei bastante, mas, pelo que sei da sua capacidade e da voracidade que estão utilizando para avaliar as fichas referentes á este grupo.... Talvez seria melhor aumentar um pouco o começo. Cite uma parte em ação. Não precisa alongar muito mais. Um pequeno parágrafo basta, antes do "Eu tinha noventa..." Aumenta o drama, a expectativa e pode fazer sua mente fluir enquanto escreve, com ideias para esta parte do post.
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Mensagem por No Angel Seg Jul 10, 2017 10:45 pm

Era uma vez, em um fim de tarde de perfeitos vinte e quatro graus na cidade de Paris, uma bela menina de cabelo castanho que dançava com a brisa, pele invejavelmente bronzeada e olhos azul-esverdeados encantadores; caminhando pela calçada com um sorriso tão largo e brilhante que deveria ser capaz de curar um enfermo crônico somente com o encanto que exalava; tão palpável quão o cheiro do seu Chanel N° 5.  

Ela estava feliz, isso ela nítido.

Mas como o próprio Shakespeare uma vez havia dito: alegrias violentas possuem fins violentos.


...


Eu tinha noventa e nove por cento de certeza de que muitas pessoas no mundo, se pudessem assistir aquela cena, naquele exato momento, estariam apontando os dedos em julgamento do quão estúpida eu estava sendo – alguns provavelmente fechariam os olhos para não presenciar a tragédia obvia, mas aqueles que estavam ali, infelizmente postos como telespectadores ao vivo, encontravam-se com os olhos arregalados e olhares petrificados, vozes ao meu redor parecia ecoar numa harmonia estranha, num conflito particular e distante, mas nenhum som me interessava tanto quão as batidas fortes do meu próprio coração e o som da minha própria voz, sussurrada em um último suspiro, tão fraca mas ao mesmo tempo cheia de firmeza.

— Eu amo você. –  

Três palavras. Nove letras.

O último segundo, o último movimento antes do familiar eco do disparo de uma arma soar dominantemente, calando a tudo, atraindo a todos os olhares para mim [...]


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"B, conta a historia de como você virou um anjo mais uma vez?"

Um tom de voz afeminado e infantil pediu, quebrando o silêncio reinante naquela noite no chalé de Afrodite – que acolhia alguns semideuses já adormecidos, exaustos após um longo dia de atividades no acampamento; o que não era o caso daqueles recém-chegados. Quatro cabecinhas de crianças com seus onze ou doze anos mostravam-se fora dos cobertores, olhando-me com um brilho curioso nos olhos arregalados e bonitos. A novidade em que eu havia sido selecionada pelo Deus Éter para unir-me ao seus seguidores celestiais deveria ser um segredo absoluto, eu queria que fosse, mas justamente por isso já era do conhecimento de todo o chalé – afinal, nada se espalha com maior rapidez do que um boato, e bastou que um par de olhos flagrasse uma intima conversação entre mim e Joyce Overwhite – onde de fato tratávamos sobre o assunto celestial – para que a faísca de uma fogueira de fofoca fosse despertada.

De qualquer forma, bastou a simples menção daquela "história de como eu
havia me tornado um anjo" para que as lembranças inundassem minha mente como uma súbita e brusca onda, que captura nadadores dispersos na beira-mar. E não somente as lembranças me causaram certo incômodo imediato, mas também uma singular queimação numa região bem centralizada da minha nuca, onde eu conseguia sentir uma pequena fissura em sentido horizontal sempre que me concentrava ali. Mas ninguém estava interessado em saber daquela cicatriz, sequer tinha conhecimento sobre ela, com exceção das duas únicas pessoas que estiveram presentes comigo, na única noite em que a cidade de Paris transitou de cidade luz para cidade de ilusões – e não no bom sentido.

*

4 de Julho - Paris, França.

"Flagra! O multifuncional Frederick Winnemann, que recentemente assumiu comprar ações de uma grife famosa e também é indicado a diversos prêmios cinematográficos pela sua atuação louvável no suspense "Welcome to the Dollhouse" do aclamado Tim Burton, foi visto divertindo-se em um momento intimo - familiar - com sua filha única, Isabella Winnemann, e uma amiga próxima da garota, Joyce Overwhite, nas ruas Parisienses.

Está é a primeira aparição da menina em público após o escândalo de dois anos atrás, onde houveram especulações da paternidade biológica de Frederick.

Francamente, papai, nem mesmo na França, em um feriado americano, o nome Winnemann escapa de entrar pra sessão de spotted da E! News."


Eu deveria ter desconfiado, ou pelo achado esquisito, o fato do meu tom de voz ser um dos barulhos mais audíveis na esquina da avenida Champs-Élysées naquele fim de tarde. Nem mesmo o barulho das solas dos sapatos Dior do meu pai ao atingir o asfalto ou o mastigar incessante de Joyce ao devorar seus – e meus! – macarons pareciam tão altos e chamativos quão as minhas palavras retiradas de uma matéria online. Aquele deveria ser um feriado tranquilo, privado, longe dos olhares famintos da mídia; mas era claro que escapulir do hotel para comprar a minha sobremesa favorita e um terno novo para uma futura aparição social do meu pai era sinônimo de lançar-se aos leões. A intenção era desaparecer, justamente pelo fato das atenções do feriado de 4 de Julho serem refletidas no solo americano, mas viajar para a Europa e ficar fora do radar era um desejo bobo e distante de ser real.

— Pardon, mon ange. Mas, com a minha ingressão empresarial no ramo da moda a expansão de minhas ações triplicarão, estou prestes a me tornar um dos homens mais influentes da atualidade, consequentemente, um dos mais vigiados também. Você deveria se orgulhar e seguir o exemplo de JoJo que me parabenizou com uma safra de vinho francês magnifique. – O findar das palavras de meu pai acompanharam uma piscadela e um abraço com um único braço cercando os ombros de Joyce, que me encarava com uma careta típica de melhor amiga zombeteira e queridinha-do-seu-pai.

Era perfeitamente normal e agradável. Nós três, juntos e agraciados pela
beleza parisiense. Conversas suaves. A graça de Joyce. A felicidade do meu pai.

A minha paz.

Mas como numa rotação perversa de inversão da realidade, tudo se transformou.
O céu perdeu seu belo tom multicor após o pôr do sol e as nuvens assumiram um tom acinzentado súbito. De repente, toda a avenida pareceu perder a vida, sem mais sons das ruas ou até mesmo o sopro do vento; a única coisa que eu fui capaz de ouvir foi o ruído de algo chocando-se contra o chão e palavras num sotaque francês desconhecido, palavras que ecoaram em minha mente de forma tão atordoante que pareciam gritar em meus
ouvidos.

"Frederick Winnemann, você vem conosco."

Um quarteto de homens de físicos variados e com vestimentas largas e negras surgiram de um encruzilhada na saída da avenida, no nosso caminho de volta para o hotel. Seus rostos cobertos por máscaras possibilitavam apenas a visão dos pares de olhos dilatados e estranhamente desfocados – pareciam uma gangue de assaltantes alterados, possivelmente por algum tipo de droga? Que seja, eu não me permiti pensar nos detalhes ou no quão surreal tudo ao meu redor aparentava ser, estava mais atenta as armas de fogo erguidas no ar em nossa direção.

— Papai, e-eu e Joyce podemos cuidar disso, nós temos nossas armas de semideusa, não é, J... Joyce? – Meus olhos buscaram o olhar da morena ao meu lado e não houve uma resposta para os meus sussurros segredados entre nós e meu pai. Seu corpo parecia paralisado, seus olhos arregalados e desfocados – como se estivesse hipnotizada pelo que via, talvez incrédula, em choque. Definitivamente, aquela não era uma reação comum da prole de Thanatos, ia contra seus instintos militares e extremamente protetores. E novamente percebi o quão o incomum parecia dominar toda a situação; assim como fora incomum para mim escutar uma voz no meu consciente, uma voz que eu tinha certeza não ser minha mas que falava diretamente comigo: "Se não há vitória, o que poderia fazer?"

As armas continuavam erguidas, mas estranhamente, não havia reflexos agressivos daqueles que deveriam o fazer. Seus olhos seguiam fixos na nossa direção, mesmo que parecessem olhar através de nós três e suas vozes continuavam a repetir as mesmas palavras. "Frederick Winnemann, você vem conosco. Não há escapatória." E a cada nova repetição, mais trêmula eu me sentia e mais palpitante meus batimentos ficavam. Meu pai – que desde o anúncio do assalto permaneceu quieto com o braço erguido no ar, criando uma "barreira" ante a mim e Joyce – pigarreou, como se estivesse a tentar desfazer um nó em sua garganta. — Eu tenho dinheiro... não é preciso violência. Podemos ir agora mesmo em um caixa eletrônico e... – Nenhuma outra palavra fora dita, devido o súbito barulho de um tiro ecoar no ar e o meu grito apavorado acompanhar. O disparo havia sido para o ar, isso ficou claro quando não vi nenhuma perfuração ou sangue escorrendo do corpo masculino a minha frente, contudo, o responsável por aquilo era o fator mais preocupante.

Ele fazia parte do quarteto, contudo, era o único que estava mais afastado
do grupo; a metros de distância, como se estivesse vigiando a algo. Seu olhar era definitivamente divergente dos demais ali. Eram negros, como um buraco negro que absorvia a tudo, não havia brilho e estava devidamente focado em algo; em mim. "Atente-se, jovem Winnemann. A noite é mortal." A voz bradou em minha mente, a mesma voz desconhecida de antes. E mais uma vez, o incomum tomou posse da situação e o findar de tarde pareceu se acelerar para a chegada de uma noite escura, coberta de nuvens que escondia a luz da lua e as estrelas, fazendo toda a situação mudar de figura mais uma vez. "Isabella Winnemann, diga adeus ao seu pai" uma voz rouca ditou, provindo do único dentre os homens armados que parecia exalar real perigo; fazendo de mim alvo de um desespero ainda maior.  

Joyce.

Meu pai.

A voz em minha cabeça.

Aquela situação por inteiro.

Nada daquilo parecia fazer sentido! Nada parecia concreto ou acreditável, ou talvez eu não quisesse encarar a realidade. Encarar o fato de que a arma daquele bandido de olhos negros estava a cada segundo mais próxima e que o meu pai, e até mesmo Joyce, seriam suas vítimas. "Tenha um pouco de fé, Winnemann." Escutei, como um sussurro que parecia invadir meus ouvidos e dominar minha mente. Fé. Eu tinha fé em meu pai e no fato de que ele deveria viver. Eu tinha fé em Joyce e no quão ela perderia se morresse ali. Eu tinha fé em minha mãe, Afrodite, e acreditava que o amor que lhe era associado não se referia somente a um amor lírico mas ao amor que se sacrifica.

O meu amor.

Eu tinha noventa e nove por cento de certeza de que muitas pessoas no mundo, se pudessem assistir aquela cena, naquele exato momento, estariam apontando os dedos em julgamento do quão estúpida eu estava sendo – alguns provavelmente fechariam os olhos para não presenciar a tragédia obvia, mas aqueles que estavam ali, infelizmente postos como telespectadores ao vivo, encontravam-se com os olhos arregalados e olhares petrificados, vozes ao meu redor parecia ecoar numa harmonia estranha, num conflito particular e distante, mas nenhum som me interessava tanto quão as batidas fortes do meu próprio coração e o som da minha própria voz, sussurrada em um último suspiro, tão fraca mas ao mesmo tempo cheia de firmeza.

— Eu amo você. –  

Três palavras. Nove letras.

Minhas últimas palavras antes que me visse agir por puro instinto e me lançasse diante do corpo do meu pai, erguendo-me na ponta dos pés na tentativa de cobri-lo num abraço forte; um abraço protetor.

O último segundo, o último movimento antes do familiar eco do disparo de uma arma soar dominantemente, calando a tudo, atraindo a todos os olhares para mim. A sensação de ser atingida fora rápida e confusa; eu havia sim sentido algo atingir a minha nuca. Ardia. Incomodava. Perturbava. Contudo, meus olhos não se fecharam e eu não senti qualquer sangue escorrer, ao invés disso, eu via claramente aos olhos de Joyce ganhando foco e encarando-me atordoada, sentia o aperto dos braços de meu pai e quando nossos corpos cederam no chão e eu me vi deitada sobre o seu colo – incapaz de me mover – eu vi a todos os quatro homens caírem ao chão e uma aura brilhante ronda-los até desaparecer no ar com o sopro da brisa fresca que parecia sibilas as palavras que eu passei a ouvia.

"Há pureza e brilho na sua atitude, bela garota. Sinto como se sua alma pudesse flutuar, tão quão o mais elevado e primoroso sopro dado por mim aos Deuses, pela fé que possui naquilo que ama. A tragédia de perder a própria vida torna-se um mero detalhe para ti quando há outras vidas a serem salvas, brava menina, e então sinto que não cometi um erro em atentar-me a você."

Eu via os lábios de meu pai moverem-se de forma inquieta, mas nada condiziam com as palavras que eu ouvia; assim como Joyce, que parecia gritar enquanto se debruçava contra os corpos caídos mais adiante, parecendo procurar algo que eu não compreendia o que era. A dor em minha nuca e a voz vinda de lugar nenhum eram as únicas coisas que eu conseguia de fato captar – eram as únicas coisas que me fazia crer que eu ainda estava viva.

"Declaro-me parcialmente responsável pela situação que se encontra, nobre Isabella, mas não o culpado pelo dano final. Eu sou o Deus Éter, e a muito tempo venho buscando almas iluminadas, equilibradas, dignas de serem abençoados como meus seguidores celestiais, seres coligados as singularidades angelicais. A situação na qual se viu protagonizar a pouco fora inicialmente um teste. Uma avaliação onde eu poderia me certificar da escolha certa, contudo, a noite cruel encarregou-se de interferir. Nyx. Somente uma alma dominada pela escuridão seria capaz de agredir tão friamente, diferente dos demais que estavam ao meu total controle.

A dor que sente agora não lhe matará, minha jovem, está tudo sobre controle agora. Abençoo-te com a cura, mas permanecerá com as marcas do teu ato grandioso e o livre arbítrio de tomar uma decisão. Eu a aceito, se desejar unir-se a mim.

Você aceita?"


*

Acampamento meio-sangue, atualmente.

— E então, enquanto eu permanecia paralisada nos braços do meu pai, parecendo inconsciente, Éter fez o convite para que eu me juntasse aos seus seguidores, e eu aceitei.

E no instante em que eu disse sim, foi como se todo o meu corpo estivesse entrando em combustão. Como se uma presença calorosa e imaterial estivesse me cercando, me acolhendo. E após isso, a última lembrança que possuo é despertar na enfermaria do acampamento, com um curandeiro me vigiando e uma porção de semideusas curiosas que são, por acaso, nossas meias-irmãs aglomerando a entrada da enfermaria para descobrirem algo. Fim!


 Minhas palavras foram cessadas com um sorriso gentil e um bater de palmas que alertou o quarteto de semideuses sentados diante da poltrona onde eu estava acomodada – seus olhos possuíam um brilho de admiração infantil e as bocas levemente abertas, moldando os semblantes hipnotizados pela história contada.

Semblantes que refletiam com perfeição a todos os outros após escutar a história de como eu, Isabella Winnemann, havia me tornado um anjo – ou quase isso.
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